claudemir pereira

PDT terá dobradinha local para outubro. Mas e o Palácio Piratini?

Desde os anos 1990, com Renan Kurtz, o PDT de Santa Maria não tem deputado. Com 2.664 filiados, conforme os dados mais recentes do Tribunal Superior Eleitoral, o partido luta, desde então, para eleger algum parlamentar. O melhor sucedido de todos os que têm se apresentado, ainda que sem sucesso, o atual presidente da sigla, Marcelo Bisogno, tentará outra vez. Aliás, como os pedetistas se preparam para o pleito? Quem fala é o próprio Bisogno. Acompanhe:

Claudemir Pereira - Como está a organização do partido em Santa Maria, visando a eleição? Além da sua própria candidatura a deputado estadual e do ex-reitor da UFSM, Paulo Burmann a federal, haverá outros protagonistas?

Marcelo Bisogno - Estamos trabalhando de forma unificada. Tenho construído com a nossa vereadora professora Luci Duartes, o professor (Paulo) Burmann e os demais líderes do nosso Brizolismo. As nossas pré-candidaturas estão em ritmo de trabalho e organização em Santa Maria e região, com apoio de importantes lideranças em várias cidades do Estado. Temos uma linha de respeito aos demais candidatos dentro do PDT local. Não iremos fechar portas para nenhum dos postulantes. Teremos, sim, a indicação preferencial, mas sabemos dos trabalhos e projetos de outros deputados nos últimos anos em Santa Maria e região. Bisogno e Burmann são pré candidaturas indicadas pelo PDT. Nosso PDT Santa Maria está sendo preparado para o desafio que se aproxima.

CP - Até que ponto a indefinição das candidaturas majoritárias, especialmente a governador, atrapalha a pré-campanha eleitoral?

Bisogno - Com certeza, está atrapalhando, inclusive muitas ações dentro do partido em Santa Maria e região. Importante termos um nome para discutirmos com a população. Sem nome, temos que defender nosso programa pautado na Educação e Desenvolvimento do Estado de forma equilibrada, voltada à população que mais precisa nas áreas da saúde, geração de emprego e combate à fome e ao desemprego. Estive defendendo internamente uma definição do partido. Temos bons nomes nos PDT estadual; vamos aguardar a decisão dos líderes estaduais; estamos atrasados para o pleito em 2022.

Nacionalmente, temos a pré-candidatura do Ciro Gomes. Isso tem nos dado fôlego na discussão com a população, pois é um candidato preparado e pronto para os desafios e mudanças profundas que o nosso Brasil tanto precisa.

Em Santa Maria, já temos um grupo importante de jovens trabalhando o nome de Ciro na comunidade.

CP - Há algum encontro municipal previsto para breve, para oficializar as pré-candidaturas?

Bisogno - Aqui, em Santa Maria, nosso planejamento é, no mês de maio, realizarmos um grande encontro entre os trabalhistas daqui e da região. Nossa proposta é trazer Ciro Gomes para a cidade.

Negritude e Juventude, Paulo Ricardo e Matheus Leão

NEGRITUDE - Como se sabe, o presidente local do partido, Fabiano Pereira, só não será candidato a deputado estadual pelo PSB se não quiser. Ao que se sabe, ele quer. E Beto Albuquerque, pré-candidato da sigla ao Palácio Piratini, também.

Dito isso, parece cada vez mais evidente que os socialistas santa-marienses terão também outro concorrente à Assembleia Legislativa gaúcha. No caso, o vereador Paulo Ricardo Pedroso, que, desde o último final de semana, festeja o fato de ter sido escolhido para representar, na disputa de outubro, a Negritude Socialista Brasileira no Rio Grande do Sul (NSB/RS). O organismo vinculado à agremiação também definiu três pré-candidatos a deputado federal. Nenhum de Santa Maria.

JUVENTUDE - No mesmo dia em que o santa-mariense Paulo Ricardo era ungido por parcela do PSB, o sepeense Matheus Leão, 35 anos recém-completados, recebia também a bênção do PDT do município distante 65 km de Santa Maria. No caso, era o nome da preferência da Juventude Socialista, braço pedetista para os mais moços.

É evidente que Leão terá - aliás, já garantiu isso - também a chancela dos menos moços pedetistas de São Sepé, a começar por seus pares brizolistas na Câmara de Vereadores e pelos vice Fernando Vasconcellos e prefeito João Luiz Vargas - este que, por sinal, é o mais recente pedetista da região a virar deputado, já no fim dos anos 1990, quando Leão era criança.

Quadro ao governo gaúcho só fecha após definição de aliança ao Planalto

Não se sabe como Lula fará, mas é fato que seu partido e o do vice, Alckmin, terão candidatos próprios ao Piratini e, em tese, serão dois palanques. Poucos creem possível a desistência de Beto Albuquerque (PSB) ou Edgar Pretto (PT). A dúvida à esquerda é essa, pois o PSol deve mesmo apresentar candidato (Pedro Ruas?) e o PDT (nem Romildo sabe) também.

Já pelo lado destro, não se conhecem as alianças ainda, mas parece evidente que Onyx Lorenzoni (PL) e Luis Carlos Heinze (PP) vão mesmo para a disputa e salve-se ou vença quem puder.

Dito isso, resta o tal "centro democrático". A única certeza é que Gabriel Souza será candidato do MDB (raríssimos acreditam em Cezar Schirmer vitorioso na convenção, como pretende, mas...). Por seu lado, o PSDB e o União Brasil dependem basicamente da decisão nacional. Sim, se houver algum tipo de acordo para o Planalto, seja com que chapa for (Eduardo Leite ainda aposta na adesão ao nome dele, noves fora João Doria), o reflexo será imediato aqui.

Enfim, o MDB de Souza pode ter a companhia de outros partidos, PSDB inclusive, mas só se houver acordo nacional. Do contrário, ele e o nome tucano (Ranolfo Vieira Jr) vão solitos (ou um deles com o apoio do UB) para a disputa.

É o quadro visível. Hoje, bem entendido. Amanhã... ninguém sabe.

LUNETA

FAMURS

Prefeito de Restinga Sêca, Paulinho Salerno, avança e se consolida como possível candidato à presidência da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs). Ele já está inscrito na eleição interna do MDB, seu partido e que, pelo rodizio mantido pela entidade, indicará o próximo dirigente máximo. A decisão sai em 3 de maio, mas Salerno se registrou já com chancela de mais de 20 outros prefeitos emedebistas.

AGORA, AQUI

Fechada nacionalmente a federação partidária que reúne PT, PV e PC do B. E sem o PSB, ainda que alguns imaginem ser possível uma mudança até 31 de maio, prazo máximo para criação legal do agrupamento que deve durar quatro anos. Dito isso, agora é hora da definição local. Isso inclui desde a direção do ente federado (com militantes das três siglas) até a questão das candidaturas.

AGORA, AQUI (II)

A federação de esquerda, já se sabe, não terá dificuldade de formar direção, com espaços proporcionais ao tamanho de cada sigla. Também não haverá problema em relação a candidatos. Petistas apresentam os reeleitoráveis Paulo Pimenta e Valdeci Oliveira e comunistas do B terão Werner Rempel e Maria Rita Py. E todos contribuirão com votos para a federação, contando também para as siglas federadas.

NÃO. E NÃO!

Esse tipo de coisa não se sabe como acontece, nem onde começa. Mas, quando há, dá um trabalho danado desmentir. Exemplo? Espalhou-se que o vereador da Capital e ex-prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (foto), se não vingar (o que é mais provável) como candidato a governador pelo MDB, como diz desejar e está em campanha, será mesmo é candidato a deputado estadual. Ele nega. Peremptoriamente. Mas...

PARA FECHAR!

O pré-candidato à Câmara dos Deputados pelo PDT, Paulo Burmann, monta um estafe bastante amplo na sua luta para se consolidar como opção importante ao eleitorado. Claro que os pedetistas ou brizolistas orgânicos são maioria, mas há uma importante parcela extra-partidária que se une ao nome do ex-reitor nas suas pretensões eleitorais. Sobretudo de gente que trabalhou com ele na UFSM.

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